quarta-feira, 24 de maio de 2017

POR ONDE ANDA O RODIDO ? ...

POR ONDE ANDA O RODIDO ?
Trabalhar na hotelaria por vezes reserva-nos situações caricatas de rivalidades, invejas e maldade, nem   todos os trabalhadores do ramo hoteleiro são amigos, solidários e bons colegas. As rivalidades são imensas e o mau ambiente entre colegas de trabalho torna-se pior que veneno de cobra.
Estavamos na década de 80, isto vem a propósito de eu relembrar-me de um antigo colega de trabalho que era do piorio, não eramos colegas do mesmo sector porque trabalhavamos em departamentos diferentes, mas o grande tentáculo da sua maldade ultrapassava as fronteiras dos sectores e departamentos da unidade hoteleira onde trabalhavamos.
Esse senhor chamado José Manuel Macedo, era mais conhecido entre os colegas como o "Rodido" era funcionário da central térmica, e era uma besta vida alheia que infernizava a vida de todos, tinha má índole, mau carácter, e era um grande "expert" em fazer ameaças, usar o dom da intimidação e de entrar em confrontos com o intuito de prejudicar os demais colegas de trabalho directos ou inderectos ao seu sector.
Uma das suas manias era vigiar a entrada ao serviço dos funcionários, quando alguém se atrazava alguns minutos lá vinham as piadinhas, as provocações e as bilhardiçes à direção do hotel, até houve um sub diretor que teve a lata de dizer em reunião que esse "senhor" funcionava melhor que o relógio do ponto que existia à entrada da porta de serviço.
Certa vez também atrazei-me e já estava o Rodido em vigilância alheia. ao entrar ele canta-me em estilo de provocação "Não venhas tarde, depois não digas que te rodi" ao som do velho fado "Não Venhas Tarde" do fadista Carlos Ramos. Logo eu pensei que eu teria de dar resposta a essa provocação, quando cheguei a casa, pensei e escrevi completanto uma nova letra e no dia seguinte entreguei ao Rodido, dentro de uma caixinha embrulhada em papel de oferta.
Essa letra é a seguinte ...

NÃO VENHAS TARDE (FADO RODIDO)

Não venhas tarde,
depois não digas que te rodi,
se chegares tarde,
eu não choro por ti.


Não venhas tarde,
digo eu das caldeiras,
se chegares tarde,
tiro-te logo as peneiras.


Tu sabes bem,
que um dia vou-te roder,
e sabes também,
que faço quando apetecer.


Tu sabes bem,
que na manutenção não tem ninguém que preste,
e se eu roder alguém,
mais depressa chegarei a chefe.


Não venhas tarde
e não digas que te rodi
se levares com os pés
eu não choro por ti

Não venhas tarde
digo-te eu do meu cantinho
se chegares assim tão tarde
vai procurar outro caminho.

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